25.10.17

A banca ou a vida

Os desmandos da banca privada custaram, desde 2008, quase 15 mil milhões de euros públicos. Este valor permitiria pagar 500 equipas de sapadores florestais durante 700 anos.
Ver em: abrilabril

19.10.17

CDS contra Marcelo


Eu cá não sou de intrigas... mas a Moção de Censura que o CDS apresentará terça-feira 24, no parlamento, contra "o governo das esquerdas", mais parece censurar o Presidente da República do que o Primeiro Ministro. Isto porque Assunção Cristas atira uma bala inofensiva quando se sabe que só Marcelo Rebelo de Sousa tem a bala mortal - a dissolução da Assembleia que levaria à queda do Governo.

Por alguma razão o Presidente da República assinalou no seu discurso que a rejeição (inevitável) da Moção aumentaria a legitimidade da governação.

Economia nos seus labirintos

Quando uma empresa substitui trabalhadores por máquinas que realizam o mesmo trabalho, pode reduzir os custos de produção no imediato se os custos salariais forem superiores aos custos dos equipamentos e respectiva manutenção.

Esta estratégia, porém, confronta-se com um problema económico pouco divulgado: enquanto as máquinas têm preço fixo, os trabalhadores têm preço flexível – não há concelho de concertação social de robots…

Este é um aspecto interessante do conflito entre o emprego de pessoas e o emprego de máquinas, neste tempo em que a robotização ganha dimensão mitológica. Sobre ele sugiro a leitura de CRISE, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E INGENUIDADE TECNOLÓGICA publicado em resistir.info .

Dele se transcreve a seguir um pequeno excerto.

Os que defendem a inteligência artificial (IA) como solução para os problemas económicos padecem de uma enorme ingenuidade tecnológica.

A generalização da IA & dos robots significa um aumento da substituição de trabalho vivo pelo trabalho morto incorporado nos equipamentos. Ora, o aumento da composição orgânica, leva inelutavelmente à redução das taxas de mais-valia e de lucro, pois elas só podem ser extraídas do trabalho vivo. Dessa forma, o incremento da queda da taxa de lucro será um motivo ulterior para agravar ainda mais a crise actual.

É verdade que na concorrência inter-capitalista as empresas que chegam primeiro à IA e aos robots têm uma vantagem acrescida em relação aos seus competidores mais atrasados, os quais podem ser expulsos do mercado. Mas a generalização da IA e dos robots a todas as empresas poderá significar o dobre de finados do capitalismo, um sistema baseado no lucro.


Post scriptum:
Portugal é o sexto país da zona euro onde o custo médio horário da mão de obra é mais baixo, depois de Malta, Estónia, Eslováquia, Letónia e Lituânia.

17.10.17

Vá de férias… e não volte

Vá de férias, senhora ministra da Administração Interna! Ao contrário do que pensa ou diz, a sua permanência no Governo é um estorvo . Percebe-se pela falta de prevenção, pela falta de comunicações, pela falta de coordenação, pela falta de discurso.

Além da sua incompetência funcional, a sua atitude defensiva em relação às acusações que lhe são dirigidas mostra a sua incompetência política. Nem sequer se lembrou ainda de coligir e divulgar os casos concretos de sucesso das intervenções dos bombeiros, para contrapor aos casos de desgraça que os orgãos de informação divulgam, esses sim de forma competente e esforçada. Ou não há casos de eficácia para honrar os bombeiros e polícias?

António Costa não tem razão para manter a ministra sob o pretexto de que isso não resolve os problemas. Por essa ordem de ideias, nenhum ministro será demitido por mais incompetente que se revele, isto é, a indigitação de ministros é irrelevante. Também não tem razão quando se refugia no Relatório Independente sobres incêndios, como se o Governo não devesse ter uma política própria desde o momento em que assume a direcção do país. Para que serve então o Governo?

Outro erro do Primeiro-Ministro é contentar-se e tentar contentar-nos com as medidas de reconstrução e indemnização das populações afectadas. Esse dinheiro, que não é do Governo mas dos cidadãos, não compra a consciência de ninguém e, sobretudo, não restitui as vidas tragicamente ceifadas.

Por este caminho não é só a floresta que arde, é o próprio Governo.

15.10.17

Porque hoje é domingo (90)

Não sei se Jesus Cristo se referia às recentes eleições autárquicas ou às próximas eleições legislativas, quando narrou a parábola que hoje domina as homilias dos púlpitos católicos. Mas a mensagem é óbvia: "Muitos serão chamados mas poucos os escolhidos!".

Quanto à conclusão que acrescenta de que, entre os excluídos, "haverá choro e ranger de dentes", mais parece aludir às eleições internas do PSD...

6.10.17

A "ingenuidade" do Bloco de Esquerda

Nos confrontos dos independentistas com a Polícia, na Catalunha, o número de feridos é tão credível como os “resultados do referendo”. Onde estão escondidos esses feridos? Onde estão os votos e os cadernos eleitorais e a fiscalização do referendo?

O que não foi inventado foi a utilização de crianças para servirem de escudos aos provocadores e para insultarem os polícias. Quanto às “provas” visuais da violência da polícia sobre os manifestantes, é preciso ser demasiado ingénuo para não perceber a manipulação a que obedece a respectiva edição de vídeo – até parece que os polícias da Guarda Civil vão à procura de transeuntes ordeiros para os espancar!

Mas Catarina Martins e José Soeiro fazem de conta que acreditam no referendo, no número de vítimas e na inocência dos manifestantes, para não corarem quando se aliam ao aventureirismo de Puigdemont.

E é pena.