18.2.24

15 de Fevereiro

Ne me quite pas / Sílvia P Cruz

21.1.24

Porque hoje é domingo (138)

A religião é uma forma de exercer a política. Fá-lo sem escrutínio democrático – é dogmática. E quando o faz sem exército próprio, apoia-se num exército aliado.

No domínio da retórica, segue os mesmos padrões da política - ou esta segue os padrões da religião: um discurso cheio de formalismos e promessas vãs

“Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!’ Convertei-vos ao meu partido e acreditai nos meus dirigentes – diz-se em política. Vale aquela outra citação bíblica: “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?” (Mateus 7,16). Quem diz uvas e figos, diz democracia e progresso; quem diz espinheiros e abrolhos, diz chegueiros e parceiros.

“Pelos frutos os conhecereis”. O problema é que, nessa altura, já muito esforço e recursos foram gastos e perdidos.

14.1.24

Porque hoje é domingo 137

As homilias que os sacerdotes levam às missas neste domingo são as mais criativas, as mais fantasiosas e falaciosas, de tão estéril fonte em que se baseiam. É a religião a funcionar!

O texto que a Igreja invoca hoje (João1,35-39), é apenas mais um para confirmá-lo. Vendo Jesus que estava a ser seguido por três homens, voltou-se para eles e perguntou: ‘O que estais procurando?’ Eles disseram: ‘Rabi, onde moras?’. Jesus poderia suspeitar de um assalto ou mesmo de motivações sexuais, mas cofiou e até os convidou para sua casa. Foram pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. O que aconteceu depois, ficamos sem saber além de que, a partir dali, muitos foram os que seriam aliciados para seguir Jesus. E ainda hoje o são – para seguir Jesus e não menos a mãe dele e o próprio Papa. Este, por sua vez, mora numa residência sumptuosa onde continua a receber visitas que fariam inveja ao próprio "Filho de Deus".

22.12.23

O liberalismo no seu labirinto

O período posterior à Primeira Guerra Mundial colocou o projecto liberal entre o movimento socialista e comunista, por um lado, e a ascensão do nazi-fascismo e de outros regimes autoritários, por outro lado.

Neste contexto, o liberalismo continuou a defender sem reservas a propriedade privada, que se transformava cada vez mais num privilégio de grandes capitalistas e banqueiros os quais não hesitaram, tanto em Itália como na Alemanha, em financiar os partidos de extrema-direita perante o avanço dos partidos socialistas e comunistas. Incapaz de interpretar (esta) nova fase e não tendo conseguido dar resposta à crise de 1929/33, o liberalismo foi claramente ultrapassado.

O liberalismo tardou em reconhecer, ou não reconheceu de facto, a incompatibilidade entre capitalismo e democracia nos momentos de grave crise económica, social e política.

Excerto de História Crítica do Pensamento Político – vol.II, pg. 174 / Ed.70

7.12.23

Liberalismo em crise

As análises sociológicas de Karl Marx, que denunciavam a natureza especuladora e opressora do capitalismo, há muito que deixaram de poderem ser polemizadas em qualquer sector da sociedade - são uma evidência, tal como o antagonismo de classes sociais, o conflito insanável entre os possidentes do poder económico e os seus dependentes.

Uma evidência indisfarçável devido às dimensões escandalosas que atingem, mas também devido à visibilidade que lhes dão os orgãos de informação pública e as redes sociais. A estratégia dos privilegiados já não é esconder, mas inventar explicações bondosas para o fenómeno - a necessidade de refrear a justiça social, a favor do "desenvolvimento económico" de que resultariam benefícios... futuros para todos!!!

Assim, os estados liberais caminham actualmente para o abismo e não conseguem parar a revolta das populações, seja por meios violentos, seja por meios pacíficos. É assim que, na via legal de expressão deste descontentamento, os "partidos moderados" vão cedendo terreno aos "partidos radicais" como se pode aferir nos resultados eleitorais e na consequente instabilidade dos governos.